Saturday, November 15, 2008

Comemorando

Hoje terminei um longo tratamento de um ano que me proporcionou voltar a enxergar plenamente. Passei um ano com o sentido da visão reduzido, vendo alguma coisa entre 90 e 10%, resultado de uma catarata que, ao final não permitia mais que eu lesse, assistisse televisão e que dificultava até uma frugal caminhada.

Sempre vale aquela verdade que fingimos saber, mas que, em realidade, não sabemos enquanto não vestimos a pele do lobo: só sabemos dar o devido valor às coisas quando as perdemos. E não adianta apregoar essa verdade, ou tentar imaginar como seria, ou tentar transferir a experiência. É coisa que só se mesura na pele.

Voltei a enxergar e, posso dizer com satisfação!, voltei a enxergar melhor do que antes. Com a cirurgia livrei-me de uma miopia, eliminada pela introdução de prótese com lente corretiva. Peço perdão aos eventuais entendidos na matéria pela utilização de algum termo incorreto, a verdade é que pouco ou nada sei sobre o assunto.

Mas sei muito da grande satisfação e da felicidade que estou sentindo agora. Meus agradecimentos ao Doutor Rodrigo Lindenmeyer e sua fantástica equipe pelo milagre, que Deus os abençoe.

Friday, October 31, 2008

Desencanto

Muita gente já percebeu que esse governo mostra a sua competência quando está pressionado. Os episódios do passado recente, do mensalão, dos escândalos dos dossiês e outros são exemplos disso que eu falo. Não foram poucas as vozes que falavam à época em necessidade de reinvenção do partido . Até mesmo tradicionais próceres petistas falavam com tristeza sobre a grande dificuldade para recuperar a credibilidade ante a avalanche de acusações.

Passou o tempo e, incrivelmente, o partido parece ter saído fortalecido do episódio. Não só conseguiu reeleger o presidente da república, como alcançar ótimo desempenho nas eleições que se seguiram. Não há como negar também, que salvo algumas exceções, nos estados e municípios, o PT tem sido o pior inimigo de si mesmo. Ao que parece, quem prova o jeito petista de governar, dificilmente gosta da experiência e aprova. Ao menos preferem não repetir a experiência.

Isso não só atesta que temos memória curta, muito curta, como também não estamos nem um pouco preocupados com a política nacional. Nosso povo sempre está ocupado tratando de temas mais importantes e interessantes. Como compatibilizar o grande interesse pelo futebol, pelas novelas, pelo carnaval, pela viada das celebridades com a política? Isso já é exigir demais!

Devemos perdoar nosso pobre povo. Política não é coisa para qualquer um! Quem sabe dessas coisas de partidos políticos e dos políticos? O que são sistemas de governo, modos de produção capitalista ou socialista, divisão de poderes, o que são poderes? Coisa de super-heróis? Melhor ficar no futebol/carnaval/novela e celebridades...

Thursday, October 23, 2008

A volta

Estou voltando aos poucos aos meus blogs. Depois de um ano acometido por uma catarata que reduziu drásticamente a minha visão, período em que pouco escrevi, agora, depois de submetido a uma intervenção cirúrgica, retorna a minha visão, retorno aos blogs.
Mais do que o retorno aos blogs, comemoro a volta da capacidade de enxergar. Como sempre, só valorizamos devidamente certas graças quando as perdemos. Ainda estou em período de recuperação, mas já estou enxergando bem.
Ver e poder escrever - e ler - é uma experiência notável!

Monday, June 02, 2008

Trouxas

O assunto é recorrente, mas parece que não há alertas que bastem. O número de pessoas infectadas por vírus continua aumentando na internete. O método é sempre o mesmo: um email que solicita ao destatário que clique num link que irá provocar a instalação do vírus - ou do cavalo de tróia.

Os assuntos podem ser os mais variados: uma intimação/convocação de um órgão público - e parece que não adiantar avisar os incautos que nenhum órgão público convoca ninguém por email; um aviso de um banco; a tentação para ver aquelas fotos que ninguém tem.

É a síndrome do dedo molenga, o cara não consegue segurar o dedo do clique e já vai apertando o botão do mouse. Basta ter um link, um "clique aqui". É claro que do outro lado sempre tem um "esperto", um mau caráter disposto a se aproveitar dos incautos.

E nunca é por falta de aviso...

Monday, May 12, 2008

Todo poder emana do povo e em seu nome...

Sempre soube que esse governo mostra a sua competência quando está pressionado. Não foram poucos os momentos em que essa capacidade de resposta foi testada; e logo nos vêm à memória os episódios do mensalão, do dossiê sobre Serra, dos escândalo no uso dos cartões corporativos, do novo dossiê sobre os gastos de FHC. Em todos esses episódios, cuja engenharia demonstra também a capacidade de maquinação das hostes governistas, ficou patente a vocação para Fênix do partido no poder.

Nesse último caso, cujo andamento ainda se desenrola. nesses dias, mais um vez essa capacidade de jogar o lixo para baixo do tapete aparece. Sem trocadilhos, com a aparição de Aparecido, prócere petista e autor do vazamento do dossiê sobre os gastos de FHC, toda uma manobra começa a se desenhar para que a verdade seja encoberta por um véu de fumaça.

Ouço a voz da líder do PT no senado, inocentemente afirmando, ser necessário que Aparecido seja ouvido primeiro pela Polícia Federal, antes de depor na CPI mista que investiga a matéria no Congresso Nacional. A inocente preocupação da Senadora se justifica:: o inquérito sobre o assunto em andamento na PF, corre em segredo de justiça. Ou seja, a pretensão que se oculta com a medida é evitar que a opinião pública tome conhecimento de quem realmente determinou a confecção do documento na Casa Civil do Governo.

E todos eles juram que estão no Congresso representando o povo.



Wednesday, February 27, 2008

Blindagem

O que dizer dessas CPIs instaladas para não investigar absolutamente nada? Melhor seria que nem sequer fossem instaladas, pois da forma como atuam representam um aval oficial sobre a corrupção, sobre a ilegalidade. Formadas por maioria governamental, qualquer tentativa de chegar perto de algum resultado prático, resulta em uma imediata "blindagem" dos parlamentares governistas. Resultado: muito barulho por nada.

Longe estão os mecanismos democráticos de garantirem transparência aos atos governamentais. As CPIs, como outros mecanismos do tipo, sempre esbarram num proselitismo vazio: acusações de uso político de uma parte, e da tentat6iva de encobrir falcatruas do outro. Algumas proporcionam um espetáculo burlesco e sem a mínima graça, botam fora mais dinheiro do contribuinte - além do normalmente roubado nas falcatruas - sem chegar a nenhum resultado prático, sem encontrar culpados.

Sunday, February 10, 2008

Igualdades

O governo federal se defende da publicada "farra dos cartões de crédito corporativos" com uma tese edificante: como existe igual farra no governo (Tucano) de São Paulo, então, tudo bem. Entende-se que queiram nos dizer algo do gênero, "não é que façamos o certo, mas nosso erro se justifica na medida em que a oposição também erra".

Agora eu pergunto: e, nós, os contribuintes, que não participamos da farra, ou participamos pagando a conta, sendo lesados em ambos os casos, qual o nosso consolo, qual a justificativa para nós? Devemos nos considerar os otários do pedaço e achar que tudo está certo?

Friday, January 04, 2008

Férias

Conto o milagre, mas omito o santo. Costumo ler alguns cronitas com regularidade, com a freqüência que o estilo - crônica - requer e que os autores fazem por merecer. Talvez seja essa coisa do verão que faz com que todos relaxem, descuidem. Talvez. Leio a crônica, longa, não é portanto caso de falta de tempo, de pressa, de largar o pc e correr para a beira do mar. O caso é de falta de inspiração, talento que rareia, assunto bobo. Uma crônica com pecados capitais: um longo e aborrescente texto que não diz nada.

Talvez ate diga.Talvez nesse seu não dizer esteja dizendo que essa não é época de dizer nada importante. Eu discordo, acho que inteligência não tira férias, e que os interinos estão por aí para isso mesmo. Eles estão aí esperando um chance, a vaga temporária aberta pelas férias do titular. Nos casos em que o titular tira férias e continua escrevendo - e não mantém a necessária seriedade, denota um medo de desocupar a cadeira, mesmo que temporariamente pelas férias.

Pelo jeito a competição anda acirrada!