Thursday, December 21, 2006

O Natal e as crianças

Qual o sentido da festa de natal sem as crianças? Fica muito diminuído, não é mesmo? Não estou falando da celebração do nascimento do Cristo, que embora coincidente com a data, pela comercialização da figura de Papai Noel e do Natal, quase nunca é lembrado.

Se fala muito em fraternidade, em caridade, mas no fundo o sentido maior que transparece é o comercial. Estão todos preocupados com o quanto a data vai contribuir no incremento das vendas. No lado da festa as crianças participam pouco, estão mais preocupadas em receber e abrir os presentes.

Os adultos estão atentos as comilanças, e as bebidas. Justificar a celebração e a elaboração de um grande festival gastronômico baseado nas crianças é bem conveniente. Fosse para satisfação dos pequenos a festa teria uma característica bem diferente. Os adultos sabem disso; só se engana quem quer.

Tuesday, December 05, 2006

Gentileza

Lembrei essa semana do filósofo Gentileza, lembram dele? Passou a vida inteira pregando que "gentileza gera gentileza". Levou essa mensagem ao mundo do jeito que sabia e podia. Em cartazes, em paredes, em todos os meios que dispunha para divulgar e ensinar a gentileza, ensinar ao mundo que ser gentil era a única forma de melhorar o mundo.

Claro! Na sua mensagem estava implicito que só o amor pode nos tornar, não sei se digo mais humanos, ou simplesmente humanos. Atualmente está difícil de enxergar essa humanidade nos homens e nas suas desastradas ações. Pessoas esclarecidas, que se dizem portadoras da mensagem de Deus, acabam se arvorando o papel de deuses.

Como entender essa intervenção não provocada norte-americana no Iraque? Por um capricho, pela necessidade de arrumar uma guerra para fortalecer a posição política de um presidente, e dizendo ao mundo que são os salvadores, um país aniquila milhares de civis inocentes do outro em nome do que? De todas as maneiras que o povo iraquiano poderia resolver os seus conflitos internos, tenho certeza que não é pela eliminação de centenas de milhares de inocentes que se vá obter a paz.

Quem nomeou os americanos do norte a policia do mundo? Quem concedeu esse mandato? Ou é em razão da força e da tirania que assim procedem? Agora mesmo, esse personagem de desenho animado, que seria cômico não fosse trágico, o representante dos Eua deixa a ONU, organismo que essa administração norte-americana fez absoluta questão de desmoralizar completamente.

Estava pensando o quanto essa atual administração norte-americana conseguiu deixar o mundo pior, muito pior. E o pior de tudo, com seu líder ainda usando o nome de Deus para fazer essa obra de destruição da paz e da harmonia mundial. Esse será um período que passará para história como anos negros, anos de barbárie, anos de retrocesso. Que Deus tenha piedade de nós!

Tuesday, November 28, 2006

O Papa

Não deixo de olhar com uma certa piedade para o nosso atual Papa. Talvez comparando a figura de hoje, ou o que ele representa hoje para o mundo com o que já representou no passado. O papado que já concentrou tanto poder temporal, com força superior a vários estados, hoje é um simulacro do que já foi um dia.

Nesse recente episódio das suas declarações, o Papa sentiu-se sitiado, por religiões que, praticam aquilo que exatamente na prática o acusam, religiões que são símbolos vivos da intolerância. Agora mesmo, em sua visita a Turquia, o Papa pisa num território onde distribuir uma bíblia é crime punível com a morte; e não fale-se em crime religioso, posto que a sanção é constitucional.

Hoje o poder "racional" vem do explode e arrebenta; ou seja, se alguém discorda do modo de pensar que julgam ser o único aceito, a saída é a que manda a inteligência e a racionalidade: coloque uma bomba e exploda quem pensa de modo diferente. E ainda se consideram enviados de Deus. Deus tenha piedade deles.

Monday, November 20, 2006

Torcidas

Vou confessar uma coisa: não gosto de futebol, não sou torcedor do São Paulo mas torci para o time ser campeão brasileiro este ano. E acho que até demorou muito para o campeonato ser decidido. Sabem por quê? Porque já não dava mais para aguentar tanta notícia sobre a ansiedade e as tentativas de adivinhações de quando o título chegaria. Nossa imprensa anda cada vez mais pobre, cada vez menos criativa, cada vez mais repetitiva. Agora vai passar, depois de noticiarem ainda um pouco o evento, tenho certeza de que vai passar. Ei, meus parabéns aos são paulinos que não tem nada a ver com a minha bronca.

Para outro que eu ando torcendo, para ver se esse pessoal da rede globo sossega, é para o "filho do chefe", esse tal de cacaca bueno. Já encheu o saco de ver esse pessoal da poderosa se rasgar torcendo e retorcendo os fatos em prol do cara. Pode ser que o cara, eterno loser de campeonatos, ganhe finalmente um e o pessoal comece a transmitir a stock jornalisticamente, com a imparcialidade de verdadeiros profissionais, como deve sempre ser. Cacaca: o homem que, segundo os locutores da Globo não é ultrapassado, mas "dá um tempo". Por falar nisso, dêem um tempo... Tsc...

Saturday, November 11, 2006

Ensinamentos

Nessa vida é bom aprender cedo a não ser definitivo com nada. Afinal, palavra que já começa bem, eis que expressa a idéia que eu quero passar, de finitude, nós somos todos finitos. "Tu és pó! E a ele voltarás!" Profetizou - decretou? sentenciou? - nosso Pai Celestial.

Acho que ele disse dessa forma, foi direto e claro, para não deixar a menor dúvida. Sabem como é, tem gente que se acha eterna. E se nós assim estamos destinados, porque imaginar que as coisas, os outros, as nossas relações serão eternas?

É uma espécie de miragem da felicidade; que nos obnubila a visão, que nos transmite essa falsa sensação de eternidade. Ah! Mas tem muita gente que nunca se separa! Eu sei, esses dias vi Napoleão e Josefina passeando de mãos dadas por aí.

É preciso clarear a nossa idéia do que é ser infinito ou finito. Ter a idéia correta nos faz mais felizes, menos sonhadores, nos faz encarar a vida com serenidade e maturidade. Muitos gostam de achar que "isso só acontece comigo". É uma forma superficial, como a superficie é só o que se vê do mundo e das pessoas.

Existe um soneto do poeta Raimundo Correia, Mal Secreto, que diz bem o que é esse nosso ver supérfluo:

Mal Secreto

Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma e destrói cada ilusão que nasce;
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente talvez que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez, existe
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

Sunday, November 05, 2006

Precisamos parar de nos encontrar dessa forma...

Esse título de post é só para justificar a mancebia expressa no título do blog. Eu explico melhor: preciso ser mais freqüente, com presença constante de marido aqui nesse blog e não uma presença eventual, própria das fugidas esporádicas e eventuais dos amantes que se encontram em segredo.

Isso tudo é uma brincadeira! Esse amancebado, expressa uma mancebia com as palavras, com as letras, que eu gosto tanto, com amor de verdadeiro amante. Essa, aliás, é uma característica dos amantes, quando se encontram o amor é intenso, quente, fogoso!

E as palavras podem ser assim: quentes, ardentes e fogosas. Tão incandescentes como brasas, tão incendiárias como gasolina, e tão... tão poderosas quanto dinamite! Podem ser, eu sei, e como!

"Ah! Meu amor, a tua pele em que minhas mãos passeiam, as suaves curvas da tua anatomia, são os caminhos que percorro para..."

Viram? Tenho ou não razão?

Saturday, October 21, 2006

Mercado

Quem é este ente fantástico, diabólico, poderoso, contra o qual não há poder que possa se levantar? Você já reparou quantas coisas abrimos mão em nome desse ente denominado mercado? Mas,espera um pouco, não somos nós que formamos esse mercado? E, se nós somos o mercado, quem assume a condição de nosso porta-voz, de titular dos nossos direitos?

Estava vendo a manchete do jornal: o destino do jovem craque é o exterior. A torcida do time que o formou não terá, assim, direito a continuar contando com o seu talento, a continuar a vê-lo vestindo a camiseta do seu time. Por quê? Porque essa é uma lei do mercado; paises pobre não tem direito a contar com gênios, aos gênios o primeiro mundo, as platéias do primeiro mundo. O segundo mundo que se contente com os craques de segunda categoria.

Você ja parou para pensar um pouco nisso? Acho que é justo? Essa é a política de que manda quem tem dinheiro e obedece quem é pobre. Há pouco li declarações dos norte-americanos nas quais eles afirmam se considerarem os donos do espaço sideral! Pode?

Saturday, October 07, 2006

Voltando...

Estou retomando aos poucos os meus blogs. Andei fazendo bobagem, numa tentativa de upgrade do sistema do meu pc - sem fazer o prévio e indispensável backup, é claro! - deu zebra. Fiquei perdido sem os meus arquivos e estou tentando juntar os pedaços do que restou num novo pc - para ver como a coisa foi grave!

Mas aos poucos vou voltando... Até breve!

Monday, September 11, 2006

Um rosto

Procura-se um rosto para alugar. Um rosto alegre, feliz. E nem precisa ser alegre o tempo inteiro, como diz o mestre Wander Wildner. Essa é uma necessidade de quem mora num lugar chamado Brasil, atualmente habitado e - pior! - governado por jegues e outros bichos mais.

Tudo vai mudar um dia, diz esperançoso o cara da empresa de mudanças. Mas eu não, ficarei sempre aqui, jeguianamente adorando esse país maravilhoso onde o futuro é do pretérito, as manhãs são rosadas, as noites carnavalescas e os domingos de futebol.

Thursday, August 10, 2006

Procurando a felicidade na cidade

Hoje eu sai para fotografar a felicidade. Procurei o meu tema pela cidade. Pelas suas ruas e praças, pelas suas caras, vidraças, por passantes e pedestres, por motoristas. Andei. Muito andei procurando a felicidade nas ruas dessa cidade que dizem chamar-se sorriso. Vi caras sorridentes, mas não vi nelas a felicidade. Vi caras bonitas, mas não vi estampadas nelas a felicidade. Onde estará escondida a felicidade nessa cidade?

Thursday, July 20, 2006

Felicidade

Eu fico assim quietão, parado e temeroso de fazer a pergunta que não quer calar. Quando foi mesmo que nos amamos, esse tanto ou muito mais? Ou quando foi que eu falei em te amar? Talvez eu fale demais, talvez eu fale demais em amares nos meus versos, nos meus cantares. Eu sei que temerário nesse mundo carente, não preparado para tanto amor, jogado e inominado. Logo vem alguém e dele se apropria, como se dele fosse, como se a ele fosse todo dirigido. E depois, de assim bem digerido nunca mais quer devolver.

Meu amar é assim, não exclusivo, não conclusivo, não egoísta. Não insista! Prefiro um amor idealista, fraternal, não quero ser o único a te amar, a te gostar. Acho bom que te amem, todos quantos possam e queiram, que de ti gostem, e que te queiram, todos quantos muito bem!

Que seja um trem! Muitos vagões de amantes, uma linha de bemquerentes, que em cada olhar se veja um grande amar, em cada mão a te afagar, pois de ti gostar é tão fácil como fácil é amar e querer bem a um alguém. Tenho amar, tenho amares, um coração grande e cheio, tranbordante... a te esperar...

Thursday, July 06, 2006

Acabou-se tudo...

Nada melhor do que um "acabar-se tudo", um pomposo cacófato para encerrar "a desastrada participação brasileira nos gramados germânicos" :-]

Os reis da bola voltaram de mãos abanando, melhor dito, ficaram. Os reis da bola já não moram mais no terceiro mundo, lugar perigoso, sujeito a sequestros, assaltos, etc. Jogam, ganham e vivem no primeiro mundo. Ainda defendem (?) uma seleção do terceiro mundo, mas acredito que agora, diante desse fracasso, a maioria deve se naturalizar e passar a defender o primeiro mundo.

Parreira e o homem que contava (Zagallo, o homem mais bem pago do mundo para contar até treze!) ainda estão pensando se saem ou se continuam na seleção. Tsc... tsc... tsc...

E eu acreditei! Não fui embora enquanto eu ainda podia...

Monday, June 19, 2006

O problema de Ronaldinho

Ronaldinho, o gorduchinho, acho que sei qual é o problema do nosso centroavante: paixonite aguda. Ele só pensa naquilo e não quer mais saber de bola...

Wednesday, June 14, 2006

A desnecessidade

Parreira está jogando contra si, está tentando provar a sua total desnecessidade. A rigor, nesse último período de convocação ele está dando as coisas como favas contadas, está tentando provar que não há mais necessidade da sua intervenção. Acompanhei os "treinos" da seleção brasileira e, se entendo uma mínima coisa de futebol, - algum treinador que me desminta! - ele não treinou absolutamente nada durante esse período. Esses dois toques e os treinamentos de cobranças de faltas não são o que se podem chamar de treinamentos. Nem mesmo os amistosos tiveram alguma serventia, não valeram de nada.

Estranha essa situação de Parreira: se vencer prova a sua inutilidade; ser perder prova que faltou trabalho.

Wednesday, June 07, 2006

Ficar longe da mídia

Essa é uma época de ficar longe da mídia. Quase tudo que você vai ver, ler ou ouvir dirá respeito à Seleção Brasileira e ao "já ganho hexacampeonato". Espero mesmo que ganhem esse título, faço idéia do tamanho da frustração que virá se o resultado for diferente, depois de deitarem tanta falação, depois de tanta papagaiada.

Todo mundo só fala e respira 24 horas por dia esse assunto. Enquanto isso o Ronaldinho Gaúcho vai ganhando 114 reais o minuto (e seus companheiros não muito menos do que isso). Ganhar o salário mínimo de um brasileiro em três minutos, que tal lhe parece? (Se contar as horas trabalhadas esse tempo cai para um minuto!)

O efeito vianda parece ter determinado a sorte das eleições por aqui, ou talvez seja melhor dizer na reeleição do torneiro mecânico presidente. Está provado que o nosso povo se troca pela marmita, não os culpo, eles tem fome e o cara os compra com alguma pouca e miserável comida, mas o suficiente para comprar um voto. Melhor votar por uma marmita do que votar em troco de nada como tem sido nos últimos tempos, ou pelo chaveirinho, ou pelo boné.

Quebra-quebra (repetido para enfatizar a quebradeira!) no Senado Federal. A lamentar somente as pessoas feridas, funcionários que pagam o pato, que sofrem com a violência, mas é a síndrome da revolta anunciada, se não cabe razões a quem praticou o ato de vandalismo, o alvo não é tão descabido.

Saturday, May 27, 2006

Falta de tato

Fui agora alí na frente da casa sabe, resolver um pequeno problema. E, por pouco ele não se tornou um grande problema; pela minha inabilidade de lidar com ele, culpa toda minha, só minha. Ando assim, desse jeito, sem paciência para tratar com as pessoas, sem dar o menor desconto a ninguém, ao contrário, descontando em tudo e todos o meu mau humor. Uma mudança de comportamento urge, alguns poderiam querer amenizar, dizendo que é coisa desse mundo louco, onde todo mundo leva tudo a ponta de faca. Isso é verdade, também, mas não serve como desculpa, não neste caso, se certo é que, menos mal que não houve nada demais, isso não se deve a minha habilidade. Preciso e vou mudar!

Tuesday, May 16, 2006

A revolta dos maus

Essa revolta dos "bad guys" em São Paulo tem como base uma afirmação: "Não adianta ser bom na filosofia, a bondade é uma virtude que precisa ser posta em prática todos os dias para que o mal não vença". A frase é minha, se quiser citá-la me dê o crédito, obrigado! Nosso problema é bem esse, temos uma montanha de bons na filosofia, todos querendo defender o direito e os direitos, inclusive dos marginais. Nossa lei diz que nossos presos não podem ficar incomunicáveis por mais de 30 dias, porque mais do que isso é desumano. Concordo. Mas veja esse líder do PCC. Já está preso há 20 anos, mas isso não lhe causa embaraço nenhum, consegue comandar o crime de dentro das grades.

O Brasil é humano com seus presos. Claro, com isso se torna um pouco menos humano com seu povo. Mas tudo bem. Nos outros países só se fala com preso através de um vidro, usando um telefone; aqui nossos presos tem direito até a visitas íntimas. Nossos presos tem muitos direitos - nosso povo tem menos direitos, mas tudo bem. Usam esses direitos contra nós, fazem rebeliões onde os reféns são seus próprios familiares, que lá vão para visitá-los. Mas tudo bem, nós somos um povo bonzinho mesmo.

Aqui no Brasil os petistas decretaram que o plano tolerância zero não funciona. Só funcionou para os americanos, mas não funciona para o povo brasileiro, dizem que é só propaganda. O bom mesmo é continuar com o "tolerância mil", com o vale tudo, com o tudo pode. Aliás, eu queria fazer essa faculdade do pt que forma especialistas em Tudologia, essa ciência que faz com que eles saibam tudo, entendam tudo, dominem tudo e sempre tenham a razão. Deve ser uma excelente faculdade essa tudologia do pt, será que lá eles têm a matéria de mensalãologia? Mas tudo bem, o povo brasileiro que se ferre.

A revolta e o domínio dos maus só é possível por essa omissão dos bons; ou porque temos muitos lobos travestidos de ovelhas, muitos maus se fazendo de bonzinhos. Dizem, até, que existem vários adeptos do quanto pior melhor, pois para quem quer mudar tudo o que está aí, na melhor do isso, provocar um grande caos social. Depois eles colocam uma ditadura sob medida e arrumam tudinho - eles adoram usar as democracias para implantarem as ditaduras. Pobre povo brasileiro, tadinho.

Thursday, May 11, 2006

Plano? Que plano?

O Chanceler Celso Amorim compareceu frente a uma comissão do Senado Federal, respondendo a questionamentos referentes ao posicionamento do Brasil na questão da nacionalização dos recursos petrolíferos bolivianos, incluindo-se aí a expropriação de duas refinarias de propriedade da Petrobrás do Brasil.

Os trabalhos foram conduzidos pelo Senador Roberto Saturnino - PT/RJ, que durante o seu questionamento ao chanceler Celso Amorim, numa espécie de declaração, disse que concordava plenamente com a atitude amena do Presidente Lula frente à Bolívia, que essa atitude, embora não fosse percebida pela maioria da população brasileira, fazia parte de um plano maior para a américa do sul que estava de acordo com o seu ideário.

Infelizmente nenhum dos presentes fez a pergunta que eu gostaria que fosse feita ao sr. senador no momento: Que plano maior é esse que combina com o ideário do Senador para a América do Sul? É preciso lembrar ao Senador - e talvez também ao sr. Presidente - que a defesa dos interesses nacionais é algo que eles juraram defender quando assumiram os seus respectivos cargos.

Dessa forma, não pode haver "plano maior", por maior ou menor, por bom ou ruim que seja, que se sobreponha aos interesses do país, e, muito menos, que possa ser defendido por um senador e pelo próprio presidente da república contra os interesses nacionais.

Tuesday, May 02, 2006

Causa Perdida!

Mesmo não querendo dar a mão a palmatória*, ou na expressão mais atual, dar o braço a torcer, pois acho que poucos dos que me lêem ainda sabem o que é uma palmatória, sabem?, talvez 10 ou 20 por cento saibam - Essa, aliás, é a outra realidade que se insere no contexto desse artigo: ninguém mais lê, no caso o que preste, bons livros -, nosso povo só se interessa por futebol, novela e sacanagem, não necessariamente nessa ordem.

Em todos os meus blogs a audiência é baixa, a culpa é toda minha - que não faço trabalho nenhum de divulgação e dos temas que eu normalmente abordo nos blogs, eu falo de tudo, menos do que realmente interessa ao povo: futebol, novela e sacanagem, não necessariamente nessa ordem.

Falo sobre outros assuntos menos interessantes: política, relacionamento, trabalho, literatura, filosofia, psicologia e outros etecéteras totalmente sem interesse para a massa. Para aumentar meu público eu teria de aderir ao assuntos populares, não remar mais contra a maré. Sabem de uma coisa, sei lá, mas não estou a fim.

Só como prova de que estou certo na minha teoria, dou como argumento esse blog aqui, bastou citar o nome mágico de Bruna Surfistinha no último post para que o número de visitas mais do que triplicassem. Qual é o assunto que este nome encerra? Sacanagem, um dos três do triângulo dourado brasileiro.

(*) Palmatória, só para evitar que alguém precise recorrer ao dicionário - Santa Idiocra, dou a definição aqui: "instrumento de madeira composto de um disco com cabo, que era usado nas escolas para castigar as crianças".

Thursday, April 27, 2006

As novas galés!

Não faz muito tempo escrevi uma crônica sobre os aviões e as classes sociais. Os aviões são um dos lugares onde a diferença de classes sociais está mais claramente jogada na cara dos usuários. Não há disfarces, não há meias palavras, metáforas, subterfúgios, não há contemporizações, ou você é um Primeira Classe, Um Classe Executiva ou "ponha-se já no seu lugar!"

A humilhação começa no embarque - aliás, começa antes, nas salas de despacho e embarque vips! -, onde os passageiros das classes superiores tem a preferência, embarcam antes; e rumam para locais onde impera o luxo, o conforto, o atendimento, o menu diferenciado, etc. Não há quem ou como não sentir o peso do dinheiro, ou nesse caso, da falta dele, como para quem adentra um avião.

Pois agora estamos atingindo mais um patamar nos níveis de humilhação; não evoluímos, como seria de supor, para uma revolução que nos tornasse iguais à bordo de um avião, mas, suprema humilhação!, adotamos uma classe onde os passageiros vão viajar em pé. Isso mesmo que você ouviu! Coisa do tipo coletivo de transporte urbano, logo aquele "mais um passinho ao fundo do corredor, por favor", será ouvido insistentemente no interior dos aviões.

Nesse caminho logo chegaremos ao ponto final da crônica que escrevi há alguns anos atrás: muito em breve as turbinas dos aviões serão substituídas por remos. Adivinhe só quem vai remar?

Monday, April 17, 2006

Má literatura

Não sei se a palavra certa é curiosidade ou se é inveja; embora eu fique pensando: inveja do quê? Talvez do sucesso, embora eu saiba, conheça ou suponha que conheça muito bem o preço desse sucesso. A idéia, se não é nova, não deixa de ser boa - não em essência, mas no aspecto comercial -, nesse nosso Brasil que rima com varonil ou com infantil - rima mais apropriada para esse caso - onde qualquer assunto relacionado com alcova vende; e vende mais se misturado com revelações - com fofocas -, formando uma dupla explosiva: revelações da alcova.

Queria ter pego a entrevista com Bruna Surfistinha no programa do sábado de madrugada do Serginho Groismann. Só peguei o final, e se entendi bem, a entrevistada afirmava que contava com a fraca memória do povo, que contava que, com o passar do tempo, esquecessem dela e que assim poderia levar uma vida normal. Parece-me a afirmação de quem vende a alma ao diabo e depois não quer entregar; ou seja, é preciso pagar o preço do sucesso, seja ele qual for, ficar só com as benécies do sucesso todo mundo quer, mas não funciona.

Uma outra entrevistada presente no programa dizia justamente isso, que as pessoas não esquecem, ou se a maioria esquece sempre tem alguém que vai se lembrar e se encarregar de reviver o assunto. Fico com essa opinião, que acho mais realista, mais consoante com o que ocorre na vida real. De uma certa forma eu acho triste que isso se misture com literatura, que depois alguém possa dizer que leu um livro ao dizer que leu esse tipo de livro.

Com tantos tão bons livros no Brasil, ainda se gastam milhões em livros desse tipo, em livros de auto-ajuda, em livros psicografados; é, tudo isso é literatura...

Friday, March 31, 2006

A criatividade exige paixão

Talvez eu precise, para ser justo com quem trabalha com arte, com tarefas criativas, falar mais daquilo que eu conheço, daquilo que eu vivo, que no meu caso é a escrita, ao falar em criatividade ou arte generalizo aquilo que se aplica mais a mim, ou, quem sabe, a um grupo. O que eu afirmo é que aqueles que trabalham com tarefas criativas precisam da paixão, do amor, do desamor, da ilusão, da desilusão.

Não existe nada pior para a criatividade do que a paz total dos sentimentos, do que ter os sentimentos dormentes.

Não estou especificando o objeto da paixão, nem advogando o sofrimento como forma única de inspiração criativa, todos sabem que o grande amor, a felicidade sempre foi uma grande fonte de inspiração. Mas vejam, por exemplo, o grande mestre da pintura Pablo Picasso, fica bem mais fácil entender o seu comportamento instável no lado sentimental a partir dessa perspectiva.

Alguns poderiam alegar que as relações de dependencia não são bem essas. Ou seja, que ter um espírito inquieto é uma das bases da criatividade, e que isso acaba se refletindo na sua vida sentimental. Não importa, porque a análise parte de que é necessária essa inquietude sentimental para a criatividade, a forma como ela se manifesta ou se ela vem antes ou depois é irrelevante.

Esse é um interessante paradigma, quando você está em completa paz, sua veia criativa tende a morrer. Quando você tem o espírito agitado e conturbado é o momento de maior criatividade. Qual dos dois você preferiria?

Monday, March 20, 2006

Mistérios!

Há alguns mistérios pouco explicáveis nesse mundo. Por que as artistas de novelas, essas ninfetinhas, sempre se apaixonam justamente pelos diretores de novelas?

Wednesday, March 15, 2006

Colar

Nosso presidente tenta embarcar no sucesso da minissérie da Globo e "colar" na imagem bem sucedida de Juscelino Kubitschek de Oliveira. Seria um injustiça dizer que o nosso presidente não tem nada de Juscelino, afinal, Juscelino era homem, e o nosso presidente também. E fica por aí, é só.

Saturday, March 11, 2006

São minhas deusas, minhas rainhas, minhas gatinhas arteirinhas, safadinhas...

Tem dois lados a questão. Uma é constatar que as mulheres continuam falando mal dos homens. A outra é a de que ainda somos o assunto preferido de dez entre dez mulheres - eu disse mulheres! Não quero ser assunto preferido das lésbicas, somos concorrentes, com elas só disputo as parcerias. É aquela história, falem bem, falem mal, mas falem de nós. É bom isso de ser o assunto preferido.

Você vê algumas que esbravejam, nos chamam de canalhas, cretinos e baixam o calão, enchem a boca de tudo, e mais um pouco, mas no fundo, o que querem é serem chamadas de meu bem, tratadas como deusas, que são, e que mal têm, esse de querer um bem só seu?

Continuo a idolatrá-las, e com duçura a tratá-las. São minhas deusas, minhas rainhas, minhas gatinhas arteirinhas, safadinhas, tudo de bom, tudo o que há para se amar e querer bem. Um beijão.

Tuesday, February 28, 2006

Tv verdade!

A locutora do programa de abobrinhas na tv: "Já imaginaram quanto sacrifício é ficar meses na casa sem assistir televisão?" - se referindo ao programa BBB6 da rival Tv Globo. Duas constatações: Primeira: com a falta de criatividade que esse pessoal dessas redes de tv têm, que é um pouco menos do que uma ameba, se quebra a tv Globo quebra o resto todo porque ficam mudas e sem assunto para sempre; segundo: o duro não é ficar sem ter que assistir tv, o duro é ter que assistir essa tv sem qualidade que vocês fazem! Putz!

Terça-feira gorda, dia de carnaval, marca praticamente do fim do carnaval. Para mim esse carnaval foi assim, sabe como é? Foi, quando eu fui ver ele se "foi". Mas nada contra a maior festa popular do Brasil, praticamente só ficando atrás da diversão considerada a número um na preferência popular do brasileiro, que é sacanear os outros, depois disso, o carnaval é o que os brasileiros mais gostam. Esse é um povo realmente muito divertido!

Fiquem com Deus, não se esfalfem muito no carnaval e até a próxima!



Tuesday, February 21, 2006

O Impacto da Notícia

A notícia para nós pode não ter maior impacto, ela dá conta de que este ano teremos um número recorde de camisinhas distribuídas para a época do carnaval, o que para nós já é uma rotina.

A igreja chia, acha que a medida é incorreta, estimula a promiscuidade, mas o governo, de olho no perigo da prolíferação das doenças sexualmente transmissíveis - principalmente no caso da AIDS - faz a sua parte, e a medida tem efeito na prevenção.

O aumento é considerável, das 11 milhões de camisinhas distribuídas em 2005, teremos neste ano um número de 25 milhões. O teor do meu post não quer avaliar a correção da medida - que acho certíssima - nem a posição da igraja - que acho retrógada, mas como este tipo de notícia é "lida" no exterior.

Se você estivesse no exterior e lesse num jornal a notícia de que num país chamado Brasil existe uma festa chamada Carnaval, que dura uma semana e para a qual o governo distribui 25 milhões de camisinhas, o que você pensaria sobre essa esse povo e essa festa?

Saturday, February 18, 2006

Razão da infidelidade?

Tem gente sempre procurando uma desculpa para os seus escorregões. Nesse caso a desculpa tem o aval científico da UCLA - University of California, Los Angeles. Eu acho que tanto num caso, como no outro, não dá pra aceitar esse tipo de argumento, buscar na ancestralidade a base para um comportamento que beira a irracionalidade em pleno século das luzes, em pleno século XXI.

Seria o mesmo que aceitar a adoção do tacape no processo de seleção da companheira. Dizer que o hábito faz o monge e que, por isso, não há como mudar, não há como evoluir. Diz o estudo: "When a woman finds a sexy man, she innately deduces that he has better genes to pass on to a baby. A wife is most likely to be attracted to men other than her husband while she is ovulating".

Entenderam o inglês? "Quando uma mulher encontra um homem sexy, ela naturalmente - por comportamento inato - deduz (?) que ele tem melhores genes para passar para um bebe (são genes melhores mesmo o que ele tem a passar?). Uma esposa é mais suscetível de ser atraída para outro homem que não o seu marido quando ela está ovulando (uma compulsão a colocar aspas no marido?)".

Essa tese tem o mesmo fundamento da que afirma que os homens abandonam as mulheres quando ficam velhas porque elas entram na menopausa e não podem mais gerar filhos. Como ancestralmente os homens sabem que a sua missão é perpetuar a espécie, trocam as velhas por novas em condições de ainda terem bebes. Que românticas essas teorias, não é mesmo?

Wednesday, February 15, 2006

Oportunistas

Estava vendo o efeito que o resultado das últimas pesquisas de opinião pública para a corrida presidencial provocou na nossa mídia especializada em política. Nota-se até um certo clima eufórico de alguns, coisa do tipo "julgaram morto quem está vivo e muito vivo!". Sem entrar no mérito dessa história de mortos-vivos, que fica mais adequada num filme "b" de George Romero, eu acho todas essas pesquisas eleitorais precipitadas e sem a menor validade para o quadro eleitoral de outubro.

São pesquisas válidas para os partidos, coisa de economia interna, eles certamente precisam decidir seus candidatos nas prévias para o próximo pleito. Em termos de preferência do eleitorado não vejo que já estejam na mesa todas as cartas, que o jogo já esteja sendo jogado, até mesmo pelo que está nesse paragráfo, não há ainda nem a definição dos candidatos que vão participar do pleito.

O único caminho seguro para saber ao certo as preferências do eleitorado é quando tudo estiver definido em termos de candidatos, nesse ponto as preferências começarão a ser definidas.

Sunday, February 12, 2006

Problemas do Sistema Democrático

A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos. Winston Churchill.

Quando se coloca que democracia é o melhor regime entre os piores, isso, certamente, não quer dizer que o sistema político democrático seja um maná, um poço de benécies. Certamente a afirmação de Churchill se baseia na crença da inexistência de outros regimes ou sistemas melhores, trata-se de escolher "o melhor entre os piores".

Você aceita as decisões da maioria baseado no jogo democrático, que nem sempre são as mais sábias, as mais corretas, principalmente quando essa maioria é pouco ou nada qualificada (estarei, por acaso, falando do Brasil?). Muitas vezes chego a questionar as regras do jogo democrático, ou seja, se é válido abrir-se a possibilidade de participação no processo para qualquer um - como se faz aqui no país -, sem nenhum critério.

Dizer-se que é necessário ser alfabetizado - no meu entender - não é critério válido, o que isso consegue efetivamente medir? Qual o grau de consciência política de um cidadão parcamente alfabetizado? Basta saber escrever e ler o nome para se dizer politizado? Não vamos muito longe, qual a exigência que se faz aqui para alguém ser o presidente , representar toda uma nação? Olha o nosso caso atual...

Agora mesmo durante a sua viagem à Africa o atual presidente fala em nome de toda uma Nação, ou seja, fala em meu nome, e quando fala, diz coisas com as quais eu sinceramente não concordo com uma virgula sequer. Infelizmente, em nome dessa dita democracia eu sou - e sou muito mal - representado por ele, que fala, inclusive, em tom visívelmente político-eleitoreiro.

Sei que a democracia é o "melhor do pior", mas será que não teria como torná-la um pouco melhor? Porque esse melhor, sinceramente, está bem ruinzinho!

Thursday, February 09, 2006

O tamanho do tapete

Monstro do TapeteVocê alguma vez já imaginou o tamanho que deve ter o tapete onde os nossos políticos costumam colocar as sujeiras embaixo? Tem que ser uma peça com alguns quilômetros quadrados de área. Não é qualquer tapete capaz de esconder tantas sujeiras. Agora mesmo, as notícias são de que estão tentando empurrar para baixo do tapete todas as sujeiras do caixa 2 do PT e do PSDB/PFL no caso Furnas. O monstrengo fétido, segundo dizem, está se recusando a entrar convenientemente para baixo da útil peça de tapeçaria, ou que, nas vezes em que entra, sempre deixa um rabo à mostra. A luta na tentativa prossegue. São quinhentos e poucos parlamentares empurrando o bixo para baixo do tapete e um povo inteiro empurrando de volta. Vamos ver quem ganha essa.

Thursday, February 02, 2006

Confissões

Quem não tem os seus desejos secretos, os seus anseios? Não, ninguém falou em nada pecaminoso, o pecado ou a maldade - como sempre - está na cabeça de cada um. Um desejo pode ser de várias espécies, e não ser necessariamente de algo proibido ou de algo relacionado com luxúria, ou com sexo.

Como diz a conhecida letra do fado, "de quem eu gosto, nem as paredes confesso", o mesmo se aplica a esses "quereres", a esses "desejos insatisfeitos". E, de certa forma, bem faz que assim age, como confiar cegamente em alguém nesse mundo? Você confia dessa forma em alguém? Ou nem as paredes confessa?

Saturday, January 28, 2006

Amancebou-se!

Gostaria que alguém me explicasse o que é ficar. esse novo/velho verbo do idioma; ou seria melhor dizer que é um velho verbo com nova roupagem. No meu tempo quem ficava, permanecia. Hoje, ao que parece, quem fica não fica, vai. Qualquer coisa como dá uma fincada e saí. Será que é isso? Eu entendia o ficar como um caso tratado com descaso, se é que me entendem, eu fico, mas não estou nem aí.

Comecei a ouvir coisas do tipo: "Fiquei com ele durante três anos". Pera aí! Explica isso melhor! Ficou de permaneceu, ou ficou de ficar? As duas coisas, me respondem. Então eu não entendo mais nada. Se quem fica não fica, saí, agora com esse fica que finca e fica, já não sei mais nada.

Se alguém souber distinguir os ficas, por favor...

Tuesday, January 24, 2006

Ora direis, louco.

Qualquer um que beire a normalidade deve pensar que sou um 'louco de atirar pedra'.Uma expressão bem curiosa essa: "louco de atirar pedra"; como se "atirar pedra" fosse a ação mais característica nas atitudes de um louco. Confesso que não conheço o rol de todas ações dos dementes, mas não creio que, entre todas as possíveis, atirar pedra seja a ação que mais os caracterize.

Você, por um acaso, já viu algum demente ou um grupo deles atirando pedras? Não? Eu também não. Não tive a (in)felicidade de ver qualquer grupo de dementes, ou de mentalmente perturbados, a jogarem pequenos fragmentos de pedras contra qualquer alvo. Talvez eu não devesse insistir no termo, mas se ora digo loucos, e digo loucos ora, é porque não conheço termo políticamente melhor para maluco, tantã, doido, parafuso frouxo, fraco das idéias ou miolo mole.

Escolhi esse louco porque achei dentre todos o nome melhor, concorda comigo, amigo louco? Faço questão de dizer ao amigo que não faço questão desse louco, se alguém tiver para louco um nome que designe a loucura melhor melhor, que apresente o seu louco melhor, ou cale-se por toda a insanidade. Blém, Blém.

Thursday, January 19, 2006

Futuro

Quando eu era pequeno minha mãe me disse: meu filho, não seja bobo! Segue uma carreira de futuro, vai ser um guru, um adivinhador. É uma coisa bem fácil, qualquer faculdade de ciências ocultas ensina tudo que você precisa saber a respeito, com um belo turbante você está feito na vida.

Eu não acreditei, quis fazer engenharia mecânica; se ao menos tivesse ficado só no torno mecânico! Ficasse e ainda tinha a chance de ser presidente da república, mas fui estudar! Agora é só olhar pra mim hoje e ver na merda que deu.

Tuesday, January 17, 2006

Sunday, January 15, 2006

Quando aprenderei?

Por que me é tão difícil ser sapiente, ponderado, se sei que o segredo está no bom senso? Por que passar pelo mesmo processo, os mesmos erros, se sei pelos anos vividos que o que realmente importa o dinheiro não compra? A felicidade que se busca tão longe e sempre está perto, na simplicidade, na fraternidade. Quando aprenderei esses simples ensinamentos?


Wednesday, January 11, 2006

O Circo Humano

O nome pode ter sido emprestado do clássico orweliano, mas o show é digno de um circo humano. Quase como um teatro das pulgas, onde os "atores" são obrigados ao desempenho de certos papéis, a seguir certos scripts. Eles podem ser eles mesmos desde que não atrapalhem o show, não cometam desatinos que diminuam a audiência.

A luta se desenvolve em torno da batalha para serem tudo menos chatos e convencionais, que é a tendência normal, a rotina de todo mundo. E não é só isso, há prêmios, muitos prêmios. Um milhão está em jogo para o grande vencedor! O valor é acenado para a patuléia como o peixe que faz os golfinhos pularem nos aquários; um milhão! É a sexta versão do Big Brother Brasil.

Ah! E não fica só nisso, tem mais, tem muito mais do que quinze minutos de fama; horas, dias, para os resistentes serão semanas e, quem sabe?, até meses. As cameras, os grandes olhos orwelianos estão lá espalhados por todos os lugares, em todos os cantos. Acho que faltou criatividade da Globo, faltou alguns buracos de fechadura, sabe como é, essas coisas simbólicas são importantes.

Monday, January 09, 2006

Sorte Grande

Li no blog de uma amiga, ela escreveu brincando com a sua suposta "sorte grande", havia ganho na loteria, mas junto com ela havia ganho o mundo, resultado: o prêmio dividido dá o equivalente a dois reais. Como ela mesmo diz, não paga nem a passagem para ir até a agência lotérica buscar o prêmio.

Infelizmente essa ainda é uma das últimas esperanças do nosso povo; eles ainda acreditam na possiblidade de serem os sorteados, os escolhidos. A sorte grande teria que vir na certeza, não com um montão de dinheiro assim caído do céu, mas na certeza do emprego bem remunerado, na certeza da poupança que garanta a tranquilidade na aposentadoria.

Nada disso acontece por aqui; você só conta com mesmo com essa dita "sorte grande", a qual, irônicamente, de sorte não tem nada, e de grande também não tem, porque as chance de que alguém venha a ganhar alguma coisa é práticamente nula, coisa da ordem de um para cinquenta milhões.

Como o Estado não garante a sorte real, ela inventa essa sorte de fantasia, essa sorte de mentira, esse conto do vigário, essa história da carochinha. Pobre povo nas mãos dessa gente, gente má, gente ruim...

Saturday, January 07, 2006

Magistradas...

Mulheres são pessoas de sorte, elas costumam achar muitas coisas nessa vida; primeiro elas acham que o sofrimento só nasceu para elas, que é um padecimento exclusivo feminino; nem precisa dizer o que advém disso, é bastante lógico, homem está isento de sofrer, é claro!; também acham que só elas são capazes de se envolver emocionalmente em profundidade, o que implica na superficialidade masculina, é óbvio; homens são propensos a serem imaturos, gays, insensíveis, pouco românticos, e mais uma série interminável de defeitos.

O assunto é recorrente, mas é a mais pura verdade; apesar disso tudo, o homem ideal existe, a única pena é que ele não é ele, é ela, é uma uma mulher. Isso mesmo, o ideal feminino da perfeição masculina é mulher. Ou seja, no fundo o que as mulheres pretendem é uma relação lésbica. Mais do que isso! A pretensão é manter uma auto-relação, todas são apaixonadas por si próprias. Talvez com a evolução das clonagens, no futuro, isso seja possível, teremos multidões de novos casais formados por Maria e Maria, Angela e Angela, Ana e Ana, etc.

Antes de tudo é preciso assumir que não há perfeição em nada, assumir que somos falhos e que há falhas. T-o-l-e-r-â-n-c-i-a é uma palavra que ficou fora de moda, todo mundo repentinamente ficou inflexível, rigoroso, não há espaço para o perdão. É preciso que eu diga que não fui vítima, nem estou sendo vitimado por nada do tipo. Escrevo pois sobre aquilo que vejo e sobre aquilo que leio. Sobre essa postura de magistratura que as mulheres assumiram. Que sejam cada vez mais felizes com seus julgamentos, mas receio que os réus estejam se acabando...

Tuesday, January 03, 2006

Bem-vindos ao Amancebado



Amancebado - que vive em estado de mancebia. Mancebia, s. f., estado de quem vive amancebado; concubinato; vida dissoluta; a juventude, os mancebos.

Pois aqui o amancebado sou eu, "sou aquele que vive em estado de mancebia", mas meu concubinato é com as palavras, não nego, como não nego até uma certa vida dissoluta, sem horários, alguém que vive, não do ofício porque eu não dependo das letras, mas que vive para o ofício de escrever. Confesso que faço muito pouco nessa vida a mais do que escrever. O culpado sou eu ou o culpado são elas?

Acho que há culpados de parte a parte, eu porque não sei resistir a elas, elas por serem tão atraentes e volúveis, dispostas a se entregarem de corpo e alma ao primeiro que com elas se aventure numa narrativa qualquer. Em parte a culpa é também de quem me ensinou desde pequeno a se afeiçoar dessa forma desmedida a elas.

O que eu posso fazer? Nada além de viver com essa culpa. Sei que sempre serei este louco, entregue ao meu ofício, embriagado de fonemas, a pisotear encontros vocálicos, chutando advérbios, sem modos, empregando verbos impessoais, na companhia insana dessas loucas doidivanas, sacanas, palavras.