Friday, March 31, 2006

A criatividade exige paixão

Talvez eu precise, para ser justo com quem trabalha com arte, com tarefas criativas, falar mais daquilo que eu conheço, daquilo que eu vivo, que no meu caso é a escrita, ao falar em criatividade ou arte generalizo aquilo que se aplica mais a mim, ou, quem sabe, a um grupo. O que eu afirmo é que aqueles que trabalham com tarefas criativas precisam da paixão, do amor, do desamor, da ilusão, da desilusão.

Não existe nada pior para a criatividade do que a paz total dos sentimentos, do que ter os sentimentos dormentes.

Não estou especificando o objeto da paixão, nem advogando o sofrimento como forma única de inspiração criativa, todos sabem que o grande amor, a felicidade sempre foi uma grande fonte de inspiração. Mas vejam, por exemplo, o grande mestre da pintura Pablo Picasso, fica bem mais fácil entender o seu comportamento instável no lado sentimental a partir dessa perspectiva.

Alguns poderiam alegar que as relações de dependencia não são bem essas. Ou seja, que ter um espírito inquieto é uma das bases da criatividade, e que isso acaba se refletindo na sua vida sentimental. Não importa, porque a análise parte de que é necessária essa inquietude sentimental para a criatividade, a forma como ela se manifesta ou se ela vem antes ou depois é irrelevante.

Esse é um interessante paradigma, quando você está em completa paz, sua veia criativa tende a morrer. Quando você tem o espírito agitado e conturbado é o momento de maior criatividade. Qual dos dois você preferiria?

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